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MAB Vizinhos: parceria entre MAB/FAAP e EMEI Monteiro Lobato

Resumo

Esse texto é resultado de uma produção e pensamento coletivo da equipe de educadores e coordenação educativa do Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB/FAAP). O objetivo é relatar a experiência desenvolvida em parceria com a Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI) Monteiro Lobato e refletir sobre infância e modos de as crianças ocuparem o museu.

Palavras­‑chave

Educação em museus; Educação infantil; Arte­‑educação; Ludicidade.

Introdução

Sabemos que compartilhar o mesmo espaço geográfico nem sempre implica manter relações e conhecer as possibilidades que estão próximas de nós. Por meio da troca de experiências, vivências, construções conjuntas, deslocamentos físicos e mentais pelo bairro, o Setor Educativo do Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB/FAAP) buscou conhecer e fazer parte do cotidiano da EMEI Monteiro Lobato, para que ela também fizesse parte do cotidiano do Museu.

A relação entre a EMEI Monteiro Lobato e o MAB/FAAP começou semelhante à de dois vizinhos que se cumprimentam com um “bom dia” ao se encontrarem varrendo as calçadas. Os encontros entre eles começaram com visitas esporádicas dos alunos às exposições, que variavam sua frequência conforme o interesse da EMEI.

EMEI Monteiro Lobato

No ano de 2015 tivemos o agendamento do Centro de Educação Infantil (CEI) Leonarda Soares Alves. A escola trouxe seus alunos de 2 anos e meio para visitar a exposição Século XX – Acervo MAB. Com a equipe de educadores desenvolveu­‑se a visita “Pincelada”: a proposta utilizava um pedaço de tule que acompanhava as crianças pelo espaço. Durante o percurso eram realizadas brincadeiras, apresentavam­‑se cantigas e havia contação de histórias. A visita foi muito proveitosa e a coordenação da escola relatou ter tido dificuldade em conseguir outro passeio cultural que aceitasse acolher crianças tão pequenas.

Essa visita nos fez refletir sobre como poderíamos atender melhor esse público. Nós nos propusemos, então, a criar uma frente de trabalho dentro do educativo para investigar o que haveria de específico em atender crianças pequenas. Uma primeira ação seria buscar parceria com uma escola de ensino infantil que trouxesse essa discussão para a prática, e que pudéssemos desenvolver um programa de longa duração. Ao elencar possíveis nomes, percebemos que a EMEI Monteiro Lobato, que atende crianças entre 4 e 6 anos, tinha o perfil certo para esse contato.

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Durante a exposição Françoise Schein – A Artista dos Direitos Humanos no MAB/FAAP, ainda em 2015, os laços entre o museu e a escola começaram a ser estreitados. Nesse período, a coordenação do Setor Educativo resolveu visitar a escola a fim de se aproximar. Após essa conversa inicial com a diretora e a coordenadora pedagógica, o setor educativo estudou coletivamente como melhor receber crianças no museu. Para fazermos a visita da melhor maneira possível, primeiro convidamos as professoras e conversamos sobre a exposição, sobre possíveis temas e por meio de quais métodos esse encontro entre escola e museu poderia ser mais profícuo, ou seja, procuramos conhecer melhor a expertise de trabalhar com as crianças da escola infantil.

Figura 1 – Exposição Françoise Schein – A Artista dos Direitos Humanos (2015).

Levando em consideração as sugestões dos professores, os educadores debateram possibilidades de mediação e produziram uma visita voltada ao lúdico e à infância. A exposição em cartaz de Françoise Schein reunia os trabalhos realizados pela artista com base na Declaração Universal de 1789, os quais foram instalados em estações de metrô de grandes metrópoles como Paris, Berlim, Lisboa e São Paulo. Também foram expostos oito painéis inéditos, pintados pela artista em azulejos de cerâmica e que iriam compor o grande mural “Inscrever Direitos Humanos”, projeto já iniciado em 2010 na Estação Luz do Metrô de São Paulo. A obra, feita a partir da participação de outros artistas e jovens de escolas secundárias, tem como objetivo discutir os direitos humanos e narrar a história de São Paulo.

Ao refletirmos sobre como trabalhar a ideia de direito junto às crianças, nos aprofundamos em um livro de literatura infantil de Mem Fox e ilustrado por Julie Vivas, intitulado Guilherme Augusto Araújo Fernandes (Fox; Vivas, 2012). Com base na narrativa e nas imagens, desenvolveu­‑se um teatro de sombras que mimetizava a narrativa, junto a efeitos sonoros simples. A história era retomada depois, durante a visita, para partir de algo vivenciado e progredir até ideias mais abstratas de respeito e direito.

Essa experiência, ainda tímida, expandiu as possibilidades de visita e abriu outras, mais interativas e com maior escuta às demandas da escola. Desde então, essa parceria vem se consolidando. Encontramos na escola, que fica a poucos metros do museu, a possibilidade de explorar juntos as potencialidades que estão presentes no ensino da arte nos primeiros anos escolares.

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Figura 2 – EMEI Monteiro Lobato – teatro de sombras baseado no livro Guilherme Augusto Araújo Fernandes, de Mem Fox e Julie Vivas.

Sobre a infância no museu

Antes de continuarmos narrando as experiências práticas, gostaríamos de mostrar algumas trajetórias que fizemos para entender melhor o que é infância, para compreendermos como foi o trajeto do teórico ao prático. No início, refletimos sobre infância, retomando lembranças individuais e compartilhando com a equipe. Percebemos que a memória desse momento da vida se diferenciava para cada um, mas ao mesmo tempo era marcante e trazia questões emocionais e de personalidade que ainda nos acompanhavam na vida adulta. Ao buscar uma definição de infância, resolvemos usar um método de pesquisa aprendido no início da vida escolar. Como provavelmente ensinado por nossa primeira professora durante a alfabetização: quando não souber o que significa uma palavra, procure no dicionário. Encontramos este resultado:

Infância, in·fân·ci·a, sf

  1. 1. Período da vida, no ser humano, que vai desde o nascimento até o início da adolescência; meninice, puerícia: Passou a infância no interior.
  2. 2. As crianças em geral: A educação da infância é o tema central de sua obra.
  3. 3. FIG Primeiro período da existência de uma sociedade ou de uma instituição.
  4. 4. FIG O começo da existência de alguma coisa: “A sua câmara é uma caixa velhíssima, relíquia da infância da fotografia” (EV).
  5. 5. FIG Estado de espírito em que não há malícia; credulidade, ingenuidade, inocência.

Com base nessas definições pudemos ver o sentido de primeira fase da vida, e perceber que ela tem especificidades geralmente ligadas à inocência. Depois fizemos digressões pautadas em textos que refletiam de maneira mais aprofundada. Anette Abramowicz ampliou nossa concepção mostrando que “a experiência da infância não está vinculada unicamente a idade, à cronologia, uma etapa psicológica ou uma temporalidade linear” (Abramowicz, 2015, p.75-76).

Isto é, a pesquisadora nos faz atentar ao fato de que não devemos limitar a nossa concepção de infância a uma idade ou etapa da vida, deve­‑se entender que não possui um início, meio e fim, fechados e delimitados de modo incisivo. O texto de Rubem Alves continua o raciocínio:

Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal. Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não veem. (Alves, 2005)

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Em outro texto, Alves comparou o uso que a criança faz dos cinco sentidos a uma “caixa de ferramentas” ou uma “caixa de brinquedos” – esses seriam os modos usados para se conhecer o mundo (Alves, 2010).

Rubem Alves define esse momento da vida mais por sua especificidade, por uma perspectiva presente no início e que se perde conforme vamos envelhecendo. Esse prisma é pautado pela criatividade e curiosidade e por instrumentalizar nossos cinco sentidos, que partem de uma visão mais primária do mundo e menos pautada em concepções anteriores. Assim, a infância surge como um espaço de criação, com propriedades e métodos específicos.

Pretendemos mostrar como foi o percurso que desenvolvemos com a EMEI Monteiro Lobato, e de que modo conseguimos investigar a infância e explorar sua capacidade de criação.

Em 2016, percebemos uma aproximação maior da coordenação e da direção da escola, que já se familiarizavam conosco e com nosso trabalho. Com os professores a relação também se estreitou, pois eles constataram a visita ao museu como parte importante da vivência escolar. Nesse mesmo ano, conseguimos trazer os pequenos em duas ocasiões, tornando a presença dos estudantes constante no museu.

Em Raimundo Cela: um mestre Brasileiro, maior retrospectiva já realizada do pintor cearense, eram apresentadas 120 obras e remontava­‑se o percurso do artista desde suas obras acadêmicas até os últimos trabalhos. Conseguimos desenvolver nessa exposição um ateliê, espaço no qual o público em geral se sentia convidado a participar das atividades educativas, e havia propostas que tinham como público alvo as crianças, como a oficina de gravura.

Nessa exposição foram elaboradas duas visitas: primeiro, uma contação de histórias chamada “O Jangadeiro e o peixe mágico”, para a qual elaboramos um cenário que ocupava a sala do setor educativo. A história abria a visita e aproximava as crianças do universo litorâneo e da vida de um pescador, realidade bem distante dos alunos de uma escola localizada na região central da cidade de São Paulo. Depois da narrativa, realizava­‑se uma visita por algumas obras da exposição e, ao final, as crianças pescavam de maneira lúdica peixes de papel.

A segunda visita era investigativa e chamava­‑se “Em busca da tela perdida”, na qual as crianças acompanhavam um educador que interpretava o artista e dois marinheiros. A proposta também contava com um barco de dobradura de papel em grande escala. A visita trabalhava com a curiosidade das crianças, e a ludicidade os ajudava a se aprofundarem na obra desse artista que retratou a vida no litoral do Ceará.

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Ambas experiências repercutiram positivamente, ocuparam o espaço educativo da exposição, chamando a atenção do público que ali passava, o que também resultou em uma oficina de dobraduras gigantes aos finais de semana.

Figura 3a – Visita “Em busca da tela perdida” com a EMEI Monteiro Lobato na exposição Raimundo Cela: um mestre Brasileiro.
Figura 3b – Visita “Em busca da tela perdida” com a EMEI Monteiro Lobato na exposição Raimundo Cela: um mestre Brasileiro.
Figura 3c – Visita “Em busca da tela perdida” com a EMEI Monteiro Lobato na exposição Raimundo Cela: um mestre Brasileiro.
Figura 3d – Visita “Em busca da tela perdida” com a EMEI Monteiro Lobato na exposição Raimundo Cela: um mestre Brasileiro.
Figura 4a – Visita “O Jangadeiro e o peixe mágico” com a EMEI Monteiro Lobato na exposição Raimundo Cela: um mestre Brasileiro.
Figura 4b – Visita “O Jangadeiro e o peixe mágico” com a EMEI Monteiro Lobato na exposição Raimundo Cela: um mestre Brasileiro.

No segundo semestre as crianças visitaram a exposição Elas: Mulheres Artistas no Acervo do MAB, que reunia 82 obras de autoria de 64 mulheres artistas dos séculos XX e XXI, como Anita Malfatti, Anna Maria Maiolino, Carmela Gross, Djanira, Geórgia Kyriakakis, Maria Bonomi, Marina Caram, Mary Vieira, Mira Schendel, Noemia Mourão, Tarsila do Amaral, Teresa Nazar e Tomie Ohtake; com diferentes técnicas, linguagens formais e conceitos artísticos, como pintura, gravura, desenho, escultura, objeto, fotografia e vídeo.

Com base na exposição propusemos uma visita que explorava o imaginário das crianças a partir de um fantoche inspirado no quadro O Sapo (1928), de Tarsila do Amaral. Depois de uma conversa com o personagem e outras duas marionetes, as crianças adentravam a mostra e descobriam as obras a partir de ações como o uso de um espelho, um novelo de lã ou mesmo uma cantiga de roda.

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Figura 5 – Visita com a EMEF Marechal Eurico Gaspar Dutra na exposição Elas: Mulheres Artistas no Acervo do MAB.

A visita também foi realizada com os menores do Projeto Felicidade, que atende crianças que estão enfrentando o câncer. Como desdobramento, a atividade foi apresentada ao público em formato de contação de histórias no fim de semana.

Nestes 2 anos, consolidamos um modelo de visitação: recebemos a equipe da EMEI no museu e depois, determinamos em conjunto quais os temas a serem abordados durante as visitas e elaboramos pelo menos uma atividade lúdica. É importante salientar que o planejamento das visitas se dá em conjunto com os professores e coordenadoras da escola, visando à integração da atividade do museu às atividades escolares e cotidianas dos alunos. Essa é uma etapa muito importante do projeto, pois cada visita é pensada considerando as especificidades do grupo a ser recebido.

Primeiro Semestre de 2017

A experiência em 2017 se iniciou no mês de março, durante a exposição Eterna Trilogia, que trazia ao público 103 obras dos mais clássicos gêneros visuais presentes na história da arte ocidental: retrato, paisagem e natureza­‑morta. Os educadores do MAB/FAAP definiram com a EMEI um tema comum aos estudos na escola e na exposição: paisagens e retratos. Com base na conversa, desenvolvemos um percurso que apresentava diversas paisagens: começamos a visita no Parque Buenos Aires, vizinho de parede da escola. Os alunos caminharam com os professores até o parque, onde encontraram os educadores cantando e tocando “Se essa rua fosse minha”, canção popular documentada por Mário de Andrade. Enquanto a música era executada, os educadores interagiam com os alunos com telas transparentes que seriam, posteriormente, utilizadas para a atividade.

Figura 6 – Ação no Parque Buenos Aires, São Paulo.

Após esse acolhimento, a proposta era de que as crianças se organizassem em pequenos grupos para pintarem as telas transparentes. A ideia era de que o desenho do colega interferisse no seu e vice­‑versa. Com essa interação de cores e construção de paisagens com e sem figuras humanas, de maneira livre e fluida, muitas das crianças puderam notar que a mistura de cores resultaria em uma nova cor, utilizando essas experimentações para compor as telas.

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Figura 7 – Ação no Parque Buenos Aires, São Paulo.

Depois de uma rápida apreciação de todos os desenhos, convidamos os alunos a caminharem ao museu para verem as paisagens do jardim das Esculturas com “outros olhos”, através de pequenos visores construídos com várias cores de papel celofane. Essa etapa foi interessante para que eles observassem diversos componentes de uma paisagem: céu, grama, árvores, prédios e eles mesmos. Foi assim que entramos no museu, com o olhar mais direcionado para paisagens. Lá, discutimos três obras de grande dimensão que abordavam o tema. Falamos sobre as possibilidades de construção de paisagens e também de pinturas, como pinceladas mais marcadas ou não e utilização das cores, entre outros assuntos relacionados. Saímos da exposição e, no hall de entrada do prédio do museu, cantamos e dançamos com eles a mesma música do início, desta vez com mais participação das crianças.

Figura 8 – Alunos da EMEI Monteiro Lobato com os visores no Jardim das Esculturas da FAAP.

Parceria com o Parque Buenos Aires

Ao realizarmos a ação no Parque Buenos Aires, entramos em contato com o seu Conselho Gestor. Percebemos que a FAAP e o Parque compartilhavam de um mesmo público. Para aproximar ainda mais as pessoas que visitavam os dois espaços do bairro Higienópolis, o MAB propôs uma nova parceria e ofertou uma atividade chamada “Faça seu fóssil”, no aniversário de 104 anos do Parque Buenos Aires. A atividade utilizava chapas de acrílico, argila e objetos naturais para proporcionar uma experiência de registro por meio do decalque, criando objetos arqueológicos. Partindo de uma atividade prática, foi possível que os educadores explorassem a interdisciplinaridade, aproximando o fazer artístico e conhecimentos científicos e sobre preservação do meio ambiente. A ação foi importante para integrar Museu, Parque e a comunidade da vizinhança. Alguns moradores não conheciam o trabalho educativo do museu, e essa foi uma oportunidade de apresentar nossa atuação fora de nossos muros.

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Figura 9 – Visita da EMEI Monteiro Lobato à exposição Eterna Trilogia.

Considerações finais

Apesar de sabermos que projetos entre museus e escolas específicas são recorrentes na maior parte das instituições, acreditamos que esta experiência é exemplar, pelos acertos e erros, pela construção conjunta, e por criar espaços de diálogos com outras instituições e refletir sobre novos caminhos e desafios.

Este projeto tem gerado visitas marcantes e produção de conhecimentos, uma vivência que afetou nosso trabalho. Um dos frutos mais pungentes foi o desdobramento como tema de um dos encontros do nosso projeto “Ciclo de Conversações: MAB Escola”, projeto que visa aproximar museu e escola por meio de debates, ações e material didático.

No dia 30 de setembro discutimos o “Viver infante: estratégias e perspectivas da fruição de artes na infância”. Nesse dia a infância foi a temática catalisadora para aproximarmos educadores de diversas áreas. Essa formação foi oferecida a diversas escolas, e percebemos uma necessidade do público em conversas sobre infância – como trabalhar com a arte nos primeiros anos da escola. Existia um interesse em fugir do óbvio e experimentar novas facetas. Esse encontro resultou em pensarmos coletivamente as características da infância como uma potência de exploração de novos meios e estratégias de fruir arte. O brincar, o lúdico, o festivo e o experimental atuam como possibilidades de mediação cultural desse público específico. Conversamos sobre estratégias e possibilidades de ações educativas que vinculam a escola, o museu e a infância, e compartilhamos algumas experiências já realizadas.

As discussões levantadas nesse dia do Ciclo de Conversações também fizeram parte da formação Eterna Trilogia, oferecida a professores da rede pública em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. O Encontro, que ofereceu cem vagas a professores das mais diversas regiões da capital paulista, evidenciou uma demanda presente principalmente das CEIs e EMEIs por espaços de discussão e compartilhamento de experiências em Arte e Infância.

Como afirma Leite, as crianças

Olham atentamente o que as cerca, cheiram tudo, provam o possível, perseguem e emitem sons, expressam­‑se facial e corporalmente, choram, riem, mexem­‑se em todas as direções. Pouco a pouco vão descortinando o seu entorno, ganhando controle do próprio corpo e explorando suas inúmeras possibilidades. A cada momento que passa, internalizam imagens, estabelecem relações e associações, criam hipóteses e articulam, mais e mais, suas muitas facetas expressivas: rabiscam, desenham, pintam, colorem, colam, esculpem, dançam, cantam, narram histórias, imitam, dramatizam... (Leite, 2015, p.97)

Neste ano ficou claro para nós que a infância deve ser um espaço de reflexão e aprendizagem a partir de métodos e formas de apreensão de conhecimentos específicos. Podemos aprender com os infantes, com base no conhecimento construído com eles. O museu se tornou um espaço de discussão sobre a infância e, especialmente, ocupado por crianças, que se identificam com os educadores, com as obras do acervo e com o lugar como um espaço de convivência.

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Referências

ALVES, Rubem. 2010. Do universo à jabuticaba. Rio de Janeiro: Planeta do Brasil, 2010.

. O sexto sentido. Folha de S. Paulo, São Paulo, 26 jul. 2005. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/sinapse/sa2607200506.htm; acesso em: 9 jan. 2018.

ABRAMOWICZ, Anete. A criança, a infância e a sociologia da infância. In: FERNANDES, Renata S.; PARK, Margareth B. (Org.) Programa curumim Memórias, Cotidiano e Representações”. São Paulo: Ed. Sesc, 2015.

FOX, Mem; VIVAS, Julie. Guilherme Augusto Araújo Fernandes. São Paulo: Brinque­‑Book, 2012.

HOLM, Anna Marie. A energia criativa natural. Revista Pro­‑Posições, v.15 n.1, jan./abr. 2004.

LEITE, Maria Isabel. Arte e Expressão. In: FERNANDES, Renata S.; PARK, Margareth B. (Org.) Programa curumim “Memórias, Cotidiano e Representações”. São Paulo: Ed. Sesc, 2015.

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Rede de Redes – diálogos e perspectivas das redes de educadores de museus no Brasil

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