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Por que se enredar? Vivências em Redes de Educadores em Museus

Resumo

Apresento minhas reflexões e experiências como integrante de diversas redes, entre elas, algumas redes de educadores em museus, expondo desafios e possibilidades encontrados nessa trajetória de enredamento. Enredar­‑se não é algo linear, ao contrário, possui diferentes facetas, está imerso em um campo relacional, campo de conflito, muito próprio do campo dos museus e do patrimônio. Falarei desse tema à luz da minha vivência na Rede de Educadores em Museus de Goiás (REM­‑Goiás).

Palavras­‑chave

Redes; Educadores; Museus.

Enredar é sinônimo de emaranhar, intrincar, enrolar, enrascar, complicar, intrigar, conspirar. Mas também pode ser compreendido como tramar no sentido de juntar, atar, ligar, tecer, urdir, compor, colher. De acordo com Barnes, o termo “rede” se refere a um conjunto de relações interpessoais sólidas, capazes não só de vincular indivíduos entre si, como também concentrar a maior parte possível de informações sobre aspectos gerais da vida social da comunidade à qual corresponde, neste caso podendo ser chamada de “rede social total”. Entretanto, existem “redes sociais”, ou redes de reciprocidade sem a mesma dimensão das “redes sociais totais”, neste caso consideradas “redes sociais parciais” por corresponderem à formação de grupos menores e independentes, mas relacionados com a “rede maior” (Barnes, 2010).

As redes são formadas por alguns elementos básicos: os pontos ou nós, que são normalmente elementos da mesma natureza (instituições ou pessoas, por exemplo); as relações entre esses pontos, que podem ser representadas por linhas unindo os nós, a própria arquitetura que a rede configura, e os fluxos dentro dela. Independentemente do tipo de pontos ou unidades (nós), os padrões de organização das redes costumam resultar em arquiteturas que se caracterizam por áreas mais densas e por pontos mais “marginais” nas redes, que possuem menos aderência ou menos conexões (Martinho, 2016).

Nas Redes de Educadores em Museus os pontos são indivíduos que trabalham em museus ou com educação, ou ainda outras pessoas que possuem afinidades com o tema da educação em museus.

Monaco e Marandino abordam a prática da educação em museus sob a luz do conceito de comunidades de práticas, de Etienne Wenger, associadas a “relações entre indivíduos que partilham um interesse comum e se esforçam para apontar soluções criativas a problemas que enfrentam juntos” (Monaco; Marandino, 2014, p.71). As autoras afirmam ainda que essas práticas se ancoram na ideia de aprendizagem como um fenômeno social e portanto coletivo, envolvendo negociação e renegociação, nem sempre chegando a consensos, e a partir de uma noção de participação não como engajamento em determinadas atividades, mas como processo continuo: “Ao participar de uma prática, o indivíduo se engaja nela e passa a vivenciar os significados relacionados a ela, ao mesmo tempo que os renegocia a cada vez sob a influência mútua do mundo e do contexto” (Monaco; Marandino, 2014, p.72). As comunidades de práticas envolvem aprender de forma coletiva e praticar o que foi aprendido.

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A estruturação das Redes de Educadores em Museus (REM), como informais que são, demonstra haver características próprias de um contexto a outro, seja em relação ao perfil da maioria dos participantes, do tipo de articulação (presencial, semipresencial), mais local ou mais abrangente, incluindo também a regularidade da atuação ou a capacidade de permanência da rede ao longo do tempo. Quase todas possuem sites ou blogs, além de perfis no Facebook.

Em sua origem, essas redes foram estimuladas pela Política Nacional de Museus, que se fundamentou nestes eixos programáticos:

  1. Gestão e configuração do campo museológico;
  2. Democratização e acesso aos bens culturais;
  3. Formação e capacitação de recursos humanos;
  4. Informatização de museus;
  5. Modernização de infraestruturas museológicas;
  6. Financiamento e fomento para museus;
  7. Aquisição e gerenciamento de acervos museológicos. (Brasil, 2009)

Consideramos que as REMs atuam na intersecção dos eixos 2 e 3, ao possibilitarem aos profissionais do campo alternativas de formação permanente, capacitação, atualização e consciência funcional, além de exercerem forte papel na democratização e acesso aos bens culturais.

Constituindo espaços para compartilhamento de experiências e boas práticas, as redes podem contribuir para a superação de algumas das principais barreiras que impedem grande parte da população de se tornar público de museus: 70% da população brasileira nunca visitou museus e centros culturais (Cristina, 2010). Esse é um desafio primordial, especialmente porque, segundo Bourdieu e Darbel (2003, p.69), a falta da prática cultural “é acompanhada pela ausência do sentimento dessa privação”, ou seja, é imprescindível desenvolver ações de maior impacto na formação de público, e, para tal, dar atenção àqueles que atuam no papel de multiplicadores, é fundamental.

Para a constituição de uma rede, em geral os primeiros passos são o mapeamento dos atores com interesses comuns e o desenvolvimento de alguma estratégia de conexão, que pode ser presencial mas, cada vez mais, com o auxílio das novas tecnologias e redes sociais, tem sido à distância.

No caso das Redes de Educadores em Museus no Brasil, a articulação se iniciou por uma rede sediada no Rio de Janeiro, que atuou de certa forma como uma REM­‑Nacional e passou a estimular a criação de outras redes, por volta de 2007 (Duarte Cândido, 2015, 2016). Entretanto, após a criação de redes estaduais, a articulação nacional não foi efetivada, e as redes seguiram seus percursos paralelos com poucos momentos e canais de articulação entre elas, ainda mais consideradas as distâncias físicas e as dificuldades dos componentes, como voluntários que são, de se autofinanciarem para comparecer a momentos­‑chave como os Fóruns Nacionais de Museus.

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Em 2013 o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) iniciou uma discussão sobre o Programa Nacional de Educação Museal (PNEM), que seguiu de maneiras diferentes em cada Rede, com maior ou menor engajamento, e arrefeceu um pouco até ser retomada na preparação de um encontro de redes realizado no 7º Fórum Nacional de Museus em Porto Alegre, em junho de 2017.

De minha experiência como integrante de várias das Redes de Educadores em Museus, notadamente como fundadora da REM­‑CE (desde 2008) e da REM­‑Goiás (2010), quero destacar aqui como esses espaços de encontro e oportunidades de ligar, juntar, urdir, tecer, foram contribuindo para meu crescimento pessoal e profissional, e para repensar aspectos dos museus de Goiás, onde me encontro, e cuja rede acompanho há mais tempo.

Tecendo as redes

Mais do que o fato de serem constituídas por pontos e nós, nas redes são importantes as relações entre eles. O proveito de cada membro da rede depende de como ele busca aprofundar e avivar essas relações.

As Redes de Educadores em Museus brasileiras não exigem exclusividade do integrante, que pode estar ligado a várias delas, independentemente do seu local de moradia e de atuação profissional. Falando de duas redes diferentes, espero poder abordar estratégias diversas de configuração e de atuação, bem como de desafios.

A REM­‑CE foi das primeiras a surgir, em 2008. Na ocasião, o Instituto Cultural Itaú, dentro do projeto Rumos, estava mapeando ações educativas Brasil afora, e em meio à divulgação dessa ação havia o estímulo à criação de redes de educadores em museus, à qual logo aderiu um pequeno grupo reunido em Fortaleza. Essa rede se define como

presencial e virtual, de trocas de experiências e de informações, objetivando o fomento da reflexão sobre educação em museus e outros espaços culturais e da formação e atuação política dos seus profissionais. Pretende reunir professores de ensino regular e outros educadores que queiram descobrir os museus, centros culturais, teatros, salas de ciência e outros equipamentos culturais como espaço de realização da educação em que acreditam. (Blog REM­‑CE)

A REM­‑CE procurou inicialmente definir sua estrutura e o funcionamento das reuniões (em que se alternam reuniões de trabalho e reuniões de estudo), suas linhas de atuação, as coordenações e o processo eletivo da primeira Comissão de Coordenação. As reuniões eram quinzenais, em local e horário fixo, no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC). Além disso, organizou­‑se um blog e um grupo de discussão on­‑line. Uma peculiaridade dessa rede naquele momento foi que os candidatos a cada uma das três coordenações (Coordenação de Secretaria, Coordenação de Estudos e de Formação e Coordenação de Ação Política) elaboraram propostas individuais de trabalho, submetidas aos demais membros no processo eleitoral.

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O primeiro seminário ocorreu em maio de 2009 e resultou na publicação do caderno de resumos em parceria com o Museu do Ceará, dentro da série “Cadernos Paulo Freire”. O II Seminário ocorreu em maio de 2010, com o tema “Museus e Pesquisa: Memória e Contextos Contemporâneos”. No mesmo ano passou­‑se a realizar um projeto de Visitas Técnicas em Ações Educativas dos Museus da cidade, com o objetivo de reunir informações a respeito das ações educativas dos museus e mapear as instituições que desenvolvem a atividade, além de conhecer suas metodologias e especificidades. Nesse sentido criou­‑se uma ficha de dados, a ser preenchida nas visitas realizadas. Atas das reuniões foram divulgadas no blog, de maneira que é simples compreender a dinâmica dessa rede, especialmente nos primeiros anos.

Em 2011 ocorreu o lançamento dos Anais do II Seminário e organizou­‑se em maio, na Semana dos Museus, um Encontro de Educadores. De 30 de novembro a 2 de dezembro de 2011 ocorreu o III Seminário, com o tema Museus e Comunidades, constando na programação mesas­‑redondas, minicurso, oficina, comunicações e visita ao Museu do Mangue. Em maio de 2012 a REM­‑CE ofereceu um minicurso sobre museus e acessibilidade, e desde então não conseguiu mais realizar seminários, quebrando a sequência.

O blog continuou ativo, assim como a lista de discussão, divulgando eventos, exposições, cursos e atividades realizados por museus e instituições culturais no Ceará ou em outros estados. Uma das principais razões da descontinuidade da rede, naquele momento, foi a migração de diversos integrantes que iniciaram sua atuação na REM­‑CE como estudantes de graduação e deram continuidade a seus estudos fora do estado do Ceará. Nesse caso, um fomento à renovação dos quadros seria essencial.

Embora as tentativas de articulação no formato antigo não tenham funcionado, já registramos que no II Seminário Brasileiro de Museologia (Sebramus), realizado em Recife em 2015, o GT dedicado à Educação em Museus foi proposto e coordenado por fundadoras do REM­‑CE, mostrando que a Rede teve profícuos desdobramentos.

Mais recentemente, a Rede buscou se rearticular para pensar sua representação no Fórum Nacional de Museus e, segundo Ata de maio de 2017, essa reunião também abordou temas como profissionalização dos educadores em museus e a possibilidade de institucionalização da rede, bem como a realização de ações de formação com vistas a qualificar e a certificar os serviços educativos de museus do Ceará.

Assim, a REM­‑CE conseguiu se apresentar com pelo menos três integrantes na reunião de Redes de Educadores que ocorreu no Fórum Nacional de Museus de Porto Alegre, e a força desse grupo, bem como a participação de outros atores do Ceará naquele evento, garantiu a escolha de Fortaleza como sede do próximo Fórum, em 2019.

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A REM­‑Goiás foi criada por professores e alunos logo no início do primeiro ano letivo do curso de Museologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), em 2010, e articulada inicialmente em meio digital, apresentando­‑se como “um coletivo de profissionais das áreas de educação (formal ou não formal), criada no ano de 2010 com objetivos de se aproximar de diferentes instituições culturais e museus, mapear ações educativas em andamento e estimular a criação de espaços pedagógicos nas instituições onde estes setores ainda não foram implantados, promover a articulação com os cursos de formação (graduações e pós­‑graduações), entre outros” (REM­‑Goiás, 2011).

O I Seminário ocorreu em junho de 2010, com palestras, oficina, visita a exposição e discussão e votação do estatuto da Rede. Nesse documento ficaram definidas as coordenações, suas atribuições, e que a Rede teria além do seminário mais cinco encontros presenciais por gestão. A partir do II Seminário eles passaram a ser temáticose realizados normalmente no mês de março. A REM­‑Goiás tem grande regularidade na realização dos seminários, que ocorreram todos os anos até o presente. Essa regularidade é fator importante para a avaliação do evento junto a órgãos de fomento, e constitui uma fortaleza para o curso de Museologia da UFG, que tem no Seminário da REM­‑Goiás seu evento de maior sequência, oito edições.

O diferencial dessa rede em relação às demais é a relação com o curso de Museologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio do qual está cadastrada como projeto de extensão desde 2010. Por essa razão, há sempre um professor do curso acompanhando as atividades, mesmo que não esteja formalmente na coordenação da Rede, e o curso se compromete tanto com a presença de alunos na maior parte dos eventos como com outros apoios: eventualmente a elaboração de trabalhos de identidade visual, ou mesmo passagens para palestrantes, que já foram obtidas junto à Faculdade de Ciências Sociais e, mais comumente, com o Museu Antropológico da UFG.Ademais, os cadastros dos encontros e seminários como eventos de extensão puderam, em algumas situações, garantir a impressão de material como cartazes, folders, fichas de inscrição e cartilhas.

Em mais de uma ocasião o projeto de extensão foi beneficiado com bolsas de extensão denominadas Provec (voluntárias) e Probec (remuneradas), constituindo importante apoio com o trabalho dos alunos do curso de Museologia na manutenção das atividades de rotina da rede, como atualização dos cadastros e organização dos eventos (Duarte Cândido, 2016).

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Mesmo com essa intensa relação com o curso de Museologia da UFG, há grande rotatividade nas coordenações e raras vezes se repetiram nomes entre uma gestão e outra. A diversidade de perfis das coordenações enriquece a Rede, ainda que a troca anual seja um enorme desafio tanto de passagem das informações e da gestão, como de organização da memória e mesmo de garantia de candidatos para cada nova eleição.

Essa rede conseguiu publicar um livro e alguns Anais de seminários, dos quais participaram convidados nacionais e estrangeiros, e participantes de todo o país. Em relação aos ganhos provenientes de sua existência no campo da educação em museus no estado de Goiás, é preciso dizer que inicialmente – e até mesmo registrado no estatuto da Rede –, seus integrantes pretendiam, com ela, estimular a criação de serviços educativos em museus que não os possuíssem, além de realizar algumas atividades para conhecer a atuação dos existentes, em visitas técnicas.

A experiência mostrou que esses serviços educativos praticamente não existiam, o que exigiu até mesmo a alteração da dinâmica prevista de alternância entre as atividades de encontros de estudos e as visitas técnicas a museus para conhecer os educativos, pois não eram suficientes. É possível dizer que praticamente o que existia quando a REM­‑Goiás foi criada era, em poucos museus, um trabalho de “visita guiada”, bem distante das pretendidas boas práticas que a REM­‑Goiás ajudaria a compartilhar por meio das visitas técnicas. Basicamente, os encontros passaram a ser palestras aproveitando a vinda a Goiânia de profissionais de outros estados, e só eventualmente as atividades constituíram leitura e discussão de textos, ou atividade educativa em museus, como discussão sobre as práticas. Os encontros também foram realizados quase sempre em Goiânia, salvo raras exceções de idas a Goiás e Jataí, quando houve deslocamento de poucos integrantes da coordenação e diálogo com pessoas da cidade anfitriã, sem conseguir envolver uma participação mais efetiva de integrantes da capital nesses eventos itinerantes. Após alguns anos o estatuto foi alterado para diminuir o número de encontros anuais de 5 para 3, mantendo­‑se ainda o Seminário.

É difícil mensurar o impacto da existência da REM­‑Goiás na estruturação ou qualificação de serviços educativos nos museus, mas o Museu de Arte Contemporânea de Goiás, um dos museus que hoje já procuram fazer uma ação educativa mais diferenciada, baseada na mediação e em práticas mais contemporâneas, possui em suas equipes fixa e flutuante diversos integrantes dos mais ativos na REM­‑Goiás. Além disso, no curso de Museologia da UFG alguns dos trabalhos de conclusão de curso envolvem reflexões sobre ação educativa em museus, com alguns deles desenvolvendo uma faceta de aplicação, além da reflexão acadêmica.

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Considerações finais

Wenger (1998, apud Monaco; Marandino, 2014, p.73-74) destaca três dimensões que diferenciam as comunidades de práticas da realização episódica de atividades. São elas:

  • Engajamento mútuo: a partir de interesses em comum e construção de espaços de interação, físicos ou virtuais, realizando tarefas conjuntas.
  • Empreendimento conjunto: compartilhamento de experiências que contribui para a emergência da coerência do grupo. Essas práticas, por não serem obrigatórias, dão um sentido de apropriação e de responsabilidade aos membros do grupo, mas também suscitam questões (disputas) de poder.
  • Repertório partilhado: conjunto de recursos físicos e simbólicos elaborados pela comunidade de forma partilhada e que contribuem para a coerência do grupo.

As Redes de Educadores em Museus, por incluírem esses fatores, podem ser consideradas comunidades de práticas, envolvendo todas as facetas, tanto de colaboração como de possíveis conflitos. Como tudo que envolve museus e patrimônio, enredar­‑se não é algo linear, está imerso em um campo relacional, campo de conflito, em que se percebe a presença da “gota de sangue” (Chagas, 1999).

Segundo Wenger, existem diferentes níveis de participação em uma Comunidade de Práticas, e um erro comum é tentar encorajar todos os membros a participarem de forma semelhante. Na prática, essa expectativa pode ser um dos fatores que suscitam conflitos. O autor reconhece que é comum ter até 75% dos integrantes de uma comunidade de práticas como periféricos, com participação ativa muito rarefeita, ao contrário dos demais, enquadrados como grupo principal e grupo ativo.

 Os conflitos aparecem na REM­‑Goiás em diversos momentos, desde a hora de montar a chapa para renovar a coordenação – que sempre é chapa única, não por consenso, mas pela dificuldade em reunir interessados em número suficiente – e ao longo de toda a gestão de um ano, quando não raro coordenadores pedem afastamento, sobrecarregando os que ficam, às vezes restando uma ou duas pessoas para garantir a realização dos encontros e o seminário. Um conflito latente e ainda não discutido é que, por vezes, as pessoas dispostas a comporem a coordenação não são diretamente ligadas à educação em museus ou prioritariamente interessadas, mas muitas vezes relacionadas a outros aspectos do fazer museal ou do conhecimento museológico. Já se percebe como isso se reflete nos temas dos seminários, que giram em torno de outros aspectos da relação da sociedade com museus e patrimônio, mas não tão diretamente da educação em museus.

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As REMs têm representado no Brasil uma destacada iniciativa dos profissionais do campo da educação em museus de se associarem para a reflexão conjunta, a troca de experiência e a construção de saberes específicos. Na ausência de formação específica para educadores de museus, essas redes têm constituído importante espaço de autoformação, ampliação de repertórios e atualização profissional. Igualmente têm se constituído espaços de fortalecimento dos profissionais, de educação em museus, geralmente secundarizados nas equipes das instituições, de reconhecimento e difusão das boas práticas, de busca da qualidade em seu fazer profissional. Para as redes mais novas, trago o questionamento de como a existência de uma Rede de Educadores em Museus intervém positivamente no campo da educação em museus, levando realmente a ganhos qualitativos, e como superar, em longo prazo, que sua existência seja reduzida a somente uma lista de e­‑mails e um evento anual.

Agradecimentos

Agradeço aos integrantes da Coordenação atual da REM­‑Goiás, pois seu aceite em compor o grupo que leva adiante nossa rede, assim como o de todas as pessoas que antecederam a atual gestão, é que permite a sua continuidade.

Composição da Coordenação da REM­‑Goiás, gestão 2017-2018:

  • Barbara Yanara da Silva – Coordenadora Geral
  • Emilly Rocha Miguel – Secretária Geral
  • Juliana Barbosa Pereira – Articulação
  • Luís Felipe Pinheiro – Coordenador de divulgação
  • Rejane de Lima Cordeiro – Substituta

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Rede de Redes – diálogos e perspectivas das redes de educadores de museus no Brasil

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