Uma pedra áspera, rachada, com 87 linhas escritas a tinta em hebraico antigo. Apenas metade é legível. Nas linhas 77, 80 e 82, o narrador se apresenta: “Eu sou Gabriel”.
É uma das aparições mais antigas desse anjo, que tem papel-chave no judaísmo, no cristianismo e no islamismo, servindo de ponte entre as três religiões monoteístas.
No texto, Gabriel se dirige a um interlocutor, provavelmente um profeta ou um visionário, a quem o anjo faz sua revelação a respeito de um ataque a Jerusalém.
Pedra “A Revelação do Anjo Gabriel”, exposta em Israel
“É uma profecia escrita em pedra na época em que Jesus nasceu”, afirma à Folha o pesquisador Israel Knohl, da Universidade Hebraica de Jerusalém. Ele é um dos responsáveis pelo estudo do objeto conhecido como “A Revelação de Gabriel”.
A pedra é o centro de uma recém-inaugurada exposição no Museu de Israel. O artefato é considerado o mais relevante no campo da teologia desde os manuscritos do mar Morto, encontrados em 1947.
Knohl é também o responsável pela interpretação –hoje contestada– de que a “Revelação de Gabriel” registra uma ideia de ressurreição messiânica anterior à Bíblia.
Isso porque, na linha de número 80 da pedra, um trecho da fala de Gabriel está apagado. Knohl interpretou a passagem como dizendo que, após três dias, “você deverá viver”. A tradução em exposição no Museu de Israel afirma apenas que “em três dias, o sinal será dado”.
Fonte: Folha de S. Paulo