A parte externa do prédio do MuBE, vista da avenida Europa, é uma praça que está plenamente integrada com a paisagem de um bairro que é um jardim.
Mas o espaço interno, no subsolo, é inacessível ao olhar de quem passa na rua.
Paisagens Invisíveis é uma exposição de arte sonora que chama atenção para aspectos da paisagens que vão além da visibilidade. A área expositiva interna está completamente vazia de objetos, mas ocupada por sons.
Três núcleos estruturam a exposição: 1. Ruídos e Natureza, que traz sons produzidos a partir de elementos naturais e vibrações irregulares. 2. Paisagens narrativas, com monólogos e diálogos captados na cidade. 3. Paisagens eletrônicas, que traz sons de amplitudes e frequências diversas produzidos digitalmente, por computadores ou traquitanas artificiais.
Onze autores ativam os espaços expositivos com ondas sonoras que ecoam no concreto e exploram sensações de volume e localização espacial. É da relação entre a música, o rádio e as artes visuais, em contato com a arquitetura, que a arte sonora se constitui e expande o campo de possibilidades de atuação do artista. O público é convidado a percorrer o museu seguindo luzes e sons que indicam o trajeto. O aparelho auditivo, responsável por um dos sentidos que geralmente não é o protagonista das exposições de arte, está no centro da experiência.
A mostra aguça a percepção dos visitantes em relação ao seu entorno e contribui para expandir a noção de escultura. Ao exigir a escuta, Paisagens Invisíveis revela possibilidades de compreensão do modo como som ocupa e se relaciona com o espaço tridimensional.
Artistas Participantes
Caio Cesar Loures | Chelpa Ferro | Detanico Lain | Alexandre Fenerich e Giuliano Obici | Lenora de Barros | Luisa Lemgruber | Luiza Schulz | Projeto Outros Registros | Ricardo Carioba | Sara Não Tem Nome | Sidney Schroeder
Curadoria de Cauê Alves e Floriano Romano