O Museu Afro Brasil inicia as comemorações de seu aniversário com a exposição “Museu Afro Brasil, nos seus 15 anos, celebra São Paulo: uma iconografia urbana”.
A partir de uma série de elementos artísticos e culturais, a mostra, que poderá ser visitada até o dia 7 de julho, destaca a transformação da cidade de São Paulo de um povoado em megametrópole cosmopolita. Emanoel Araújo, curador e diretor do museu reuniu mais de 500 itens históricos entre pinturas, fotografias, cartazes, objetos, vestimentas, recortes de jornais e revistas, mapas, brinquedos e porcelanas que traçam uma cronologia do município.
“São Paulo é uma
cidade-síntese, que resume em si toda a riqueza da diversidade étnica e
cultural de nosso país, e que, por sua condição cosmopolita, não a isola da
realidade do mundo globalizado em que vivemos. É aqui que todas as diferenças
se encontram e se confrontam, que todas as sínteses se tornam possíveis, todos
os choques visíveis, mais que em qualquer outra parte do país. Aqui é o lugar
onde um Afro Brasil nos oferece o desafio de uma herança a resgatar”, ressalta Araújo,
que também é fundador do museu, que comemora 15 anos de atividade em 2019.
A exposição está dividida em alguns núcleos. Um
deles é “São Paulo, uma metrópole industrial”, onde são exibidas placas de
propaganda, louças, brinquedos, objetos de decoração, mobiliário do Liceu de
Artes e Ofícios, embalagens de diversos produtos alimentícios, entre outros
itens que indiciam tanto a indústria paulistana quanto sua relação com a
economia mundial.
Em “Belle Époque Paulistana”, o curador apresenta objetos ligados aos costumes dos anos 1920, destacando vestidos e croquis da Maison Marnah, da celebrada modista Madame Maria Adelaide da Silva, além adereços como bolsas, leques, artigos de beleza e dois raros tecidos da pintora e decoradora brasileira Regina Gomide Graz (1897-1973).
O núcleo “Revolução Constitucionalista de 1932”, por sua vez, traz a público uma vasta iconografia que inclui mapas, esculturas em bronze, flâmulas, porcelanas e bandeiras que referenciam o movimento armado ocorrido entre julho e outubro de 1932, quando o estado de São Paulo entrou em conflito com o governo de Getúlio Vargas.
“Carnaval Paulistano” reúne reproduções e fotografias originais que resgatam a importância da presença negra na festa popular na cidade.
“IV Centenário” é o núcleo de maior diversidade de suportes. Nele, filatelia, numismática, discos, copos, louças, bandejas, revistas, pôsteres e mapas rememoram as festividades e celebrações que marcaram a efeméride dos 400 anos da cidade no ano de 1954, data em que foi inaugurado o Parque Ibirapuera.
Artes visuais, música e imprensa,
aqui incluídos periódicos raros e frágeis, não ficam de fora das escolhas do
curador, cada uma delas recebeu uma área específica dentro da exposição. A
curadoria de artes visuais, contudo, dá ênfase aos artistas brasileiros
participantes da 2ª Bienal de São Paulo, realizada entre 1953 e 1954, conhecida
como a “Bienal da Guernica”, em referência à vinda da célebre obra “Guernica”
(1937), de Pablo Picasso, exibida nas dependências do atual Museu Afro Brasil.
São expostas obras de: Aldemir Martins, Danilo Di Prete, Sanson Flexor, Manabu
Mabe, Aldo Bonadei, Lothar Charoux, entre outros.
Ao reunir esse vasto conjunto de itens
preciosos, Emanoel Araújo ilustra a riqueza material e simbólica das
transformações pela qual passou a vila de São Paulo de Piratininga do século
XVI ao posto de maior cidade da lusofonia e principal centro financeiro e
mercantil do Hemisfério Sul.
A exposição conta ainda com uma extensa cronologia, exibida numa das paredes da mostra, que sinaliza os principais acontecimentos da cidade de São Paulo.
O Museu Afro Brasil é uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Museu Afro Brasil – organização social de cultura.
SERVIÇO:
Exposição Museu Afro Brasil, nos seus 15 anos, celebra São Paulo: uma iconografia urbana
Até o dia 7 de julho
Av. Pedro Álvares Cabral, Parque Ibirapuera, portão 10, São Paulo.
Informações: (11) 3320-8900
Entrada gratuita
Fonte: Museu Afro Brasil