O ator e diretor Pedro Lopes apresenta a videoinstalação inédita “Arcanos Urbanos”, que se utiliza da carga arquetípica do tarô de Marselha para entender as mitologias que transpassam a cidade no século XXI
Entre os dias 1º e 20 de novembro, o MIS – instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo – apresenta a exposição “Arcanos Urbanos” do ator e diretor Pedro Lopes. Em formato de videoinstalação, a obra é inspirada no baralho do tarô de Marselha, esta mistura de oráculo, profecia e jogo de cartas, surgido em fins da Idade Média na Europa Mediterrânea. Após o advento dos estudos de Karl Jung, muitos passaram a entender os arcanos do tarô como representações arquetípicas que nos ligam ao inconsciente coletivo e a um universo de mitologias fundantes do pensamento humano.
Em sua pesquisa, Pedro Lopes usa este aspecto arquetípico do tarô para estabelecer paralelos com situações, personagens e problemáticas da cidade de São Paulo em busca de uma mitologia urbana alfaiatada e inspirada pelas enigmáticas figuras que compõe este instrumento de adivinhação. É uma busca pela manifestação dos arcanos no coração da polise o consequente reflexo no modo de pensar e nas formas de organização do homem contemporâneo.
Para a composição deste material, Pedro Lopes mergulhou no estudo do tarô, na sua história e simbologia, no significado de cada carta e nas fábulas contidas no baralho, em busca de intertextualidades poéticas com o pulso vivo da cidade. O resultado são seis obras curtas em vídeo, cada uma inspirada em um arcano do tarô específico e nos paralelos que esta imagem arquetípica traça com a vida urbana no século XXI. A exposição ocupa o térreo do museu.
Sobre o artista
O ator e diretor Pedro Lopes é formado em atuação e pós-graduado em direção pela Escola Superior de Artes Célia Helena. Trabalhou em diversas peças teatrais na cidade de São Paulo de 2008 até hoje, como “Odisseia” (adaptação da obra de Homero), “Medida por Medida” (Shakespeare), “Quero – Uma Reportagem Maldita” (Plinio Marcos) e “O Fio das Missangas” (Mia Couto). Trabalha como ator no grupo Folias d’Arte desde 2009. Em 2014 começou a enveredar pela criação em audiovisual dirigindo dois curtas-metragens de autoria própria: “A Nossa Relação” e “Clichê Duplo”. Em 2015, Pedro participou da residência NECMIS, do MIS, onde desenvolveu a videoinstalação Arcanos Urbanos.