O Museu de Arte Sacra promove um Curso Livre aos sábados sobre o tema “Arte e Civilização Islâmica: o Império Árabe”, com o Prof. Plinio Freire Gomes.
A ênfase na ornamentação e a supressão do figurativismo são as marcas que caracterizam a arte islâmica. Seus padrões geométricos – os “arabescos” – criam um característico efeito de simetria e de saturação gráfica. Porém, acima de tudo, tais estruturas não visam representar coisa alguma. Para o Islam, usar a arte como meio de imitação seria não apenas impossível como também indesejável, porque o mundo visível consiste no domínio do particular, do transitório, do aparente. O que o artista muçulmano almeja é, isto sim, a essência das coisas. Daí que seu percurso criativo privilegia as formas puras, abstratas e eternas (como as da geometria). Diversamente do que ocorre na tradição de matriz europeia, dominada pelo figurativismo, tal linguagem não serve para representar – mas sim para tornar presente. Ao invés de cópias, simulacros, fetiches, sua tarefa é nos colocar em contato direto com a experiência do sagrado por meio de símbolos.
O curso apresenta o caminho que o Islam trilhou para desenvolver sua peculiar cultura estética, abordando, a cada encontro, uma cidade emblemática na história da civilização islâmica.
Docente
Prof. Prof. Plinio Freire Gomes é autor de Um herege vai ao paraíso (Companhia das Letras, 1997). Graduou-se e fez mestrado em história, na Universidade de São Paulo. Viveu durante quase duas décadas no exterior, entre a Europa e o Oriente Médio. Lecionou no Masp, Mam, Casa do Saber e Centro Universitário Maria Antonia. Atualmente apresenta conferências e cursos sobre história da arte, com foco nos períodos helenístico, romano e renascentista. Mas sua principal área de atuação é a cultura islâmica. Participa também, na condição de especialista, em projetos de viagem com foco em países como Itália, Espanha, Marrocos, Irã, Índia, China e Japão
PROGRAMA
04 de março – 1ª. aula: Petra, manifestações artísticas árabes anteriores ao Islam
Oriente Médio, uma encruzilhada de contatos culturais. O paganismo tribal e o surgimento de um idioma épico comum, base da futura língua corânica. O mundo árabe helenizado: os nabateus e o esplendor de Petra. Sécs. I a.C. – I d.C.
Fonte: Assessoria de imprensa | Museu de Arte Sacra de São Paulo